domingo, 17 de junho de 2012

Solo [esses] Solos


    Sentei-me agora. Tentei olhar, mas não consegui, tentei escutar ouvi um ruído. Senti um vento. Uma folha caiu. Surpreendi-me com o grito de uma gota caindo desesperadamente cortando parte do ar que me cercava naquele momento. Houve um vulto. Um vulto lento que mais parecia fotografias. Não entendi nada. Deitei e voltei e enfim levantei. Parei.
Sentei-me agora. Tentei abraçar alguém, mas não consegui, tentei tocá-lo, ouvi um suspiro. Senti suas mãos. Uma estrela caiu. Surpreendi-me com o grito de um grão de areia sendo levado pelo ar deixando falhas no ar que me cercava naquele momento. Houve um estrondo. Um estrondo lento que mais parecia o cantar de um pássaro. Não entendi nada. Deitei e engatinhei e enfim levantei. Andei.
Sentei-me agora. Tentei me olhar no espelho, mas não consegui, tentei quebrá-lo, foi em vão, ouvi uma música. Senti uma gota d’água.  O espelho caiu. Surpreendi-me com o grito do espelho que se quebrou caindo e assim deixando varoas falhas no ar que me cercava naquele momento. Houve um silêncio. Um silêncio lento que mais parecia uma melodia que estava por vir. Não entendi nada. Deitei e pulei e enfim levantei. Abracei-me.
Sentei-me agora. Tentei levantar, mas não consegui, tentei de novo, ouvi uma voz. Senti algo. Um nada caiu.  Surpreendi-me com o grito do vento que passou mais rápido que os outros cortando quase todo o ar que me cercava naquele momento. Houve uma palma. Uma palma lenta que mais parecia o soar do silêncio. Não entendi nada. Deitei e virei e enfim levantei. Silenciei.
Sentei-me agora. Tentei falar, mas não consegui, tentei olhar, ouvi passos. Senti um arrepio. Um pano caiu. Surpreendi-me com o grito de uma faca passando desesperadamente deixando o ar sem ar que me cercava naquele momento. Houve uma festa. Uma festa lenta que mais parecia um sepultamento. Não entendi  nada. Deitei e me joguei e enfim levantei. Gritei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário